A descoberta recente de um processo de crescimento dos buracos negros supermassivos desafia nossa compreensão desses gigantes cósmicos. Este avanço baseia-se na observação dos ventos magnéticos rotativos, revelando uma surpreendente similaridade com a formação de estrelas e planetas.
Conceituação artística do ambiente ao redor do buraco negro supermassivo no centro de Mrk 231. Imagem do Observatório Internacional Gemini/AURA/Lynette Cook
Uma equipe de astrônomos liderada pela Universidade Northwestern utilizou os dados do observatório ALMA para demonstrar que os ventos magnéticos rotativos aceleram o crescimento dos buracos negros supermassivos, de forma semelhante à formação das estrelas.
Os pesquisadores se interessaram pela galáxia ESO320-G030, localizada a 120 milhões de anos-luz, para desvendar o mistério do crescimento dos buracos negros supermassivos. Ao observar essa galáxia particularmente ativa, constataram que ventos magnéticos poderosos participavam da alimentação do buraco negro central.
Astronomy & Astrophysics publicou esses resultados nesta primavera, trazendo uma nova perspectiva sobre a evolução das galáxias. Mark Gorski, principal autor do estudo, destaca que os ventos rotativos, acelerados pelos campos magnéticos, permitem que os buracos negros cresçam de forma semelhante ao nascimento das estrelas, mas em uma escala bem diferente.
Para sondar o gás denso que rodeia o buraco negro central da galáxia ESO320-G030, os cientistas analisaram a luz das moléculas de cianeto de hidrogênio. Os detalhes finos revelados pelo efeito Doppler evidenciaram um vento magnetizado rotativo, contribuindo para o crescimento do buraco negro, ao contrário dos jatos que tendem a repelir a matéria.
Essa descoberta poderia ser uma etapa comum na evolução das galáxias com buracos negros supermassivos. Os pesquisadores agora planejam examinar outras galáxias para determinar a frequência desse fenômeno e compreender as etapas seguintes na evolução dos buracos negros.