O mês de fevereiro de 2024 é agora reconhecido como o mais quente já registrado no planeta. Esse recorde global contrasta com as temperaturas extremamente frias observadas na América do Norte, na Ásia e em algumas partes da Europa.
Esta situação exemplifica o fenômeno climático paradoxal denominado WACC (Warm Arctic-Cold Continent), que refere-se ao rápido aquecimento do Ártico que causa ondas de frio intenso em algumas regiões de latitude média.
Uma equipe liderada pelo Professor Jin-Ho Yoon e incluindo o estudante de doutorado Yungi Hong, da Escola de Ciências da Terra e Engenharia Ambiental no Instituto de Ciências e Tecnologias de Gwangju, analisou recentemente a evolução destes fenômenos extremos. Seus estudos, baseados em simulações de dados climáticos fornecidos pelo projeto Community Earth System Model Large Ensemble, foram publicados na revista npj Climate and Atmospheric Science.
Os resultados indicam que, apesar do aquecimento global, os eventos WACC se intensificaram até a década de 2020. No entanto, o Professor Yoon destaca que esses fenômenos sofrerão uma redução significativa após a década de 2030. Essa diminuição não implicará uma redução dos eventos climáticos extremos, mas sim um aumento na frequência e severidade dos invernos amenos, embora as ondas de frio se tornem menos frequentes, mas potencialmente mais severas.
Pesquisadores do GIST preveem uma forte diminuição dos eventos WACC após a década de 2030, levando a eventos meteorológicos extremos nas décadas futuras. Crédito: Jin-Ho Yoon do GIST
Essas descobertas exigem uma atualização dos modelos climáticos para aprimorar a precisão das previsões. Também destacam os desafios enfrentados pelas comunidades globais, especialmente aquelas historicamente afetadas pelos eventos WACC. Como observado por Sr. Hong, entender e agir diante dessas mudanças determina nossa futura adaptação ao clima de inverno.