Chimpanzés são flagrados socializando com álcool 🍇

Publicado por Redbran,
Fonte: Current Biology
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Pela primeira vez, chimpanzés foram observados compartilhando frutas fermentadas, revelando comportamentos que poderiam explicar a origem do consumo social de álcool em humanos. Essa descoberta abre uma nova janela para nossa compreensão dos hábitos alimentares compartilhados com nossos parentes mais próximos.


Pesquisadores filmaram chimpanzés consumindo frutas fermentadas na África Ocidental, marcando a primeira evidência direta de consumo de álcool em grupo entre grandes primatas não humanos. Essa observação sugere que os aspectos sociais do consumo de álcool podem estar profundamente enraizados em nossa árvore evolutiva comum.

O estudo, publicado na Current Biology, explora como esses primatas selecionam e compartilham frutas contendo etanol. Os pesquisadores destacam a importância de entender se essa busca por álcool é intencional e como ela afeta seu metabolismo e interações sociais.

O álcool está presente naturalmente em muitos alimentos selvagens, o que significa que seu consumo não é exclusivo dos humanos. Os chimpanzés, com sua dieta rica em frutas, podem ingerir quantidades significativas de etanol, embora os níveis observados sejam bem inferiores aos das bebidas alcoólicas humanas.

A adaptação para metabolizar o álcool remonta a cerca de 10 milhões de anos, muito antes de os humanos começarem a produzir bebidas alcoólicas. Essa capacidade compartilhada com os chimpanzés indica uma história evolutiva comum em torno do consumo de álcool.


A - Teor de etanol (% volume) de 28 frutos de Treculia africana de acordo com seu estágio de maturação, com fotos ilustrando as mudanças visuais.
B - Variação do teor de etanol em 4 frutos ao longo do tempo, conforme sua maturação. As linhas vermelhas indicam casos observados de compartilhamento entre chimpanzés; as linhas azuis, frutos não compartilhados.
C - Dois machos adultos consomem um fruto fermentado compartilhado contendo 0,20% de etanol.
D - Duas fêmeas consomem os restos de um fruto contendo 0,61% de etanol.
E - Dois machos compartilham um fruto contendo 0,26% de etanol, na presença de outro fruto menos fermentado.
F - Um chimpanzé jovem pega um pedaço de fruto maduro (0,14%) da boca de uma fêmea adulta.

Os pesquisadores usaram armadilhas fotográficas para documentar os hábitos alimentares dos chimpanzés, revelando que 90% dos frutos compartilhados continham álcool. Embora os efeitos do álcool nos chimpanzés ainda precisem ser estudados, essa prática pode oferecer benefícios sociais e nutricionais.

Este estudo destaca a complexidade dos comportamentos alimentares dos chimpanzés e sua semelhança com os nossos. Ele abre caminhos para entender como o consumo social de álcool pode ter evoluído a partir de práticas ancestrais compartilhadas com nossos parentes mais próximos no reino animal.

Por que os chimpanzés consomem frutas fermentadas?


Os chimpanzés podem buscar frutas fermentadas por seu teor de etanol, mas também por sua textura mais macia, facilitando o consumo. Essa prática também pode fortalecer os laços sociais dentro do grupo, semelhante ao que se observa em humanos.

O etanol presente nas frutas fermentadas oferece uma fonte adicional de energia. No entanto, os chimpanzés parecem moderar seu consumo para evitar os efeitos negativos do álcool, como a redução de suas capacidades físicas e cognitivas.

Essa descoberta sugere que o consumo de álcool pode ter raízes evolutivas profundas, compartilhadas entre humanos e chimpanzés. Ela levanta questões sobre a importância do álcool no desenvolvimento de comportamentos sociais em primatas.

Como o álcool afeta o metabolismo dos chimpanzés?


Chimpanzés e humanos compartilham uma adaptação genética que melhora sua capacidade de metabolizar álcool, datando de cerca de 10 milhões de anos. Essa adaptação sugere que nossos ancestrais comuns consumiam regularmente alimentos contendo etanol.

Apesar dessa capacidade, os efeitos do álcool nos chimpanzés ainda são pouco compreendidos. Os níveis de álcool nas frutas fermentadas que consomem são baixos, mas ainda podem influenciar seu comportamento e fisiologia.

A pesquisa sobre a metabolização do álcool em chimpanzés pode esclarecer nossa compreensão dos riscos e benefícios associados ao consumo de álcool em humanos. Ela também oferece um vislumbre único de nossa história evolutiva compartilhada.
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