A cerveja, esta bebida milenar, acompanha a humanidade desde os primórdios das civilizações. Sua história se mistura com a da agricultura, revelando práticas antigas ainda pouco conhecidas.
Os primeiros vestígios de fabricação de cerveja remontam a cerca de 9000 anos na China, onde resíduos de fermentação foram identificados em cerâmicas. Essas descobertas, publicadas na PLOS ONE, sugerem um consumo ritualizado de bebidas fermentadas à base de arroz e frutas.
Sítios como Göbekli Tepe na Turquia, com 11.000 anos de idade, mostram instalações que poderiam servir para a produção de cerveja. No entanto, a ausência de recipientes específicos deixa dúvidas sobre seu uso exato.
Os métodos arqueológicos modernos, como a análise de resíduos orgânicos, permitem traçar a evolução das técnicas de fabricação de cerveja. Esses estudos revelam uma diversidade de receitas através dos tempos e continentes.
Ao contrário das cervejas atuais, as versões antigas eram provavelmente turvas e ácidas. Os textos mesopotâmicos mencionam bebidas espessas, consumidas com canudos para evitar os resíduos.
O advento das lagers na Europa no século XVI marca uma virada na história da cerveja. Essa inovação, combinada com a refrigeração, deu origem às cervejas claras e borbulhantes de hoje.
Representação suméria de pessoas bebendo cerveja com canudos em recipientes comuns. Crédito: The Met
Por que a cerveja antiga era diferente da atual?
A cerveja antiga era principalmente fermentada em temperatura ambiente, o que favorecia o desenvolvimento de bactérias lácticas. Isso lhe dava um sabor ácido, muito diferente das cervejas modernas.
A ausência de técnicas de filtração eficazes também tornava a cerveja mais turva e espessa. Os consumidores frequentemente usavam canudos para evitar ingerir os resíduos de cereais.
Além disso, a conservação limitada da cerveja antiga impunha um consumo rápido. Isso contrastava com as cervejas atuais, estabilizadas e que podem ser armazenadas por longos períodos.