O sistema estelar de Alpha Centauri, localizado a apenas quatro anos-luz da Terra, poderia abrigar um planeta gigante em sua zona habitável.
A observação de um planeta do tamanho de Saturno pelo telescópio James Webb em agosto de 2024 gerou grande entusiasmo. No entanto, tentativas posteriores de localizá-lo em 2025 não tiveram sucesso, deixando os cientistas diante de um mistério.
O sistema Alpha Centauri capturado por três observatórios diferentes. Da esquerda para a direita: o Digitized Sky Survey (DSS), o telescópio espacial Hubble da NASA, e o telescópio espacial James Webb da NASA. A imagem à direita mostra um ponto que poderia ser um planeta do tamanho de Saturno. Crédito: NASA, ESA, CSA, Aniket Sanghi (Caltech), Chas Beichman (NExScI, NASA/JPL-Caltech), Dimitri Mawet (Caltech)
Os pesquisadores permanecem otimistas e planejam novas observações para 2026 ou 2027. O desaparecimento poderia ser explicado pelo movimento do planeta em sua órbita.
Esses dados futuros poderiam confirmar a existência deste planeta, o que seria uma descoberta importante. A proximidade do sistema Alpha Centauri o torna um laboratório ideal para estudar exoplanetas e suas características.
Se este planeta for confirmado, seria o mais próximo da Terra a orbitar na zona habitável de uma estrela. Embora seja grande demais para abrigar vida como a conhecemos, sua descoberta abriria novas perspectivas para a busca de mundos habitáveis.
O sistema Alpha Centauri, composto por três estrelas, já é conhecido por abrigar planetas ao redor de Proxima Centauri. Esta nova descoberta potencial reforça a importância deste sistema para o estudo de exoplanetas.
Os astrônomos já planejam estender suas pesquisas para outras estrelas próximas, como Tau Ceti, apesar das dificuldades aumentadas. O futuro telescópio espacial Nancy Grace Roman da NASA, cujo lançamento está previsto para 2027, promete expandir ainda mais nossos horizontes na caça a exoplanetas.
Representação artística de um planeta do tamanho de Saturno próximo a Alpha Centauri A, uma estrela semelhante ao Sol localizada a cerca de quatro anos-luz da Terra. Crédito: NASA, ESA, CSA, STScI, Robert L. Hurt (Caltech/IPAC)
Descobrir exoplanetas... até encontrar vida extraterrestre?
Uma exoplaneta é um planeta que orbita uma estrela que não seja o Sol. Esses mundos distantes podem variar em tamanho, desde pequenos planetas rochosos similares à Terra até gigantes gasosos como Júpiter. A primeira exoplaneta foi confirmada em 1992, abrindo um novo campo na astronomia.
As exoplanetas são detectadas por vários métodos, sendo o mais comum o método dos trânsitos. Esta técnica observa a leve diminuição no brilho de uma estrela quando um planeta passa à sua frente. Outros métodos incluem medir as oscilações da estrela causadas pela gravidade do planeta.
O estudo de exoplanetas permite que os cientistas entendam melhor a formação e evolução de sistemas planetários. Também oferece pistas sobre a possibilidade de vida em outros lugares do Universo. Descobertas recentes, como as ao redor de Proxima Centauri, mostram que planetas são comuns em nossa galáxia.
Com o advento de telescópios mais poderosos, como o James Webb, os astrônomos esperam descobrir planetas similares à Terra nas zonas habitáveis de suas estrelas. Esses avanços poderiam um dia responder à questão de saber se estamos sozinhos no Universo.