Imagine objetos celestes tão estranhos que poderiam ser comparados a bonecas russas cósmicas, onde um misterioso astro se esconde dentro de outro. É exatamente isso que pesquisadores da Universidade Goethe de Frankfurt acabaram de propor com sua teoria sobre os "nestars".
Por mais de um século, os buracos negros têm fascinado e intrigado. Esses pontos de não retorno, onde tudo que se aventura desaparece para sempre, apresentam sérios quebra-cabeças para os físicos. A primeira fotografia de um buraco negro em 2019 foi revolucionária, nos dando um vislumbre direto desses fenômenos elusivos.
Representação artística de um nestar, inspirada pela ideia de bonecas russas, onde um gravastar está alojado dentro de outro. Crédito: Universidade Goethe de Frankfurt
Mas e se os buracos negros não fossem os únicos protagonistas deste drama cósmico? Em 2001, uma teoria alternativa apresentou os gravastars: objetos tão densos quanto os buracos negros, mas sem suas características mais problemáticas, como a singularidade central que desafia as leis da física. Esses gravastars teriam uma superfície sólida e um núcleo preenchido por uma energia exótica que repele qualquer matéria, evitando assim a armadilha insondável dos buracos negros.
É neste contexto que os nestars surgem, graças aos trabalhos inovadores de Daniel Jampolski e do professor Luciano Rezzolla. Esses objetos teóricos seriam como gravastars imbricados uns nos outros, oferecendo uma estrutura complexa. Embora possa parecer tirado diretamente de um romance de ficção científica, essa ideia ajuda os cientistas a explorar novas maneiras de compreender o Universo.
A exploração dos nestars e de suas características únicas poderia lançar luz sobre aspectos ainda desconhecidos da relatividade geral e do próprio Universo. Mesmo que esses objetos não existam na realidade, seu estudo enriquece nosso entendimento dos fenômenos extremos, como os buracos negros, e da própria estrutura do nosso cosmos.