Uma segunda imagem do buraco negro supermassivo M87*, localizado no coração da galáxia Messier 87, foi capturada pelo Telescópio do Horizonte de Eventos (Event Horizon Telescope - EHT). Esta imagem, obtida no dia 21 de abril de 2018, um ano e dez dias após a primeira, mostra a contínua presença da sombra do buraco negro e confirma aspectos cruciais da teoria da relatividade geral de Einstein.
Comparação lado a lado de M87* em 2017 e 2018 mostra como o ponto brilhante no anel de matéria ao redor do buraco negro se moveu Crédito: Colaboração EHT
A nova imagem apresenta um anel brilhante dourado, representando a matéria aquecida a temperaturas extremas em órbita ao redor do buraco negro. No centro deste anel, uma sombra escura se mantém visível, de acordo com as predições da teoria gravitacional de Einstein.
A confirmação da presença desse anel em um conjunto totalmente novo de dados é um passo importante para o grupo científico. Ela indica que se trata, de fato, da sombra de um buraco negro e da matéria que o orbita.
Situado a 55 milhões de anos-luz da Terra, M87* possui uma massa equivalente a cerca de 6,5 bilhões de sóis. Ele consome gradualmente a matéria ao seu redor. Os fortes campos magnéticos ao redor do buraco negro aquecem a matéria que ele não absorve e a lançam a velocidades próximas à da luz.
As imagens de 2017 e 2018 do M87* são notavelmente parecidas, mostrando que o diâmetro da superfície que captura a luz, chamada de horizonte de eventos, permanece constante. Isso corrobora a teoria de que o diâmetro de um buraco negro depende de sua massa.
Uma comparação lado a lado das imagens revela que o ponto mais brilhante do anel em torno do buraco negro girou 30 graus no sentido anti-horário, confirmando a variabilidade da matéria turbulenta ao redor do buraco negro.
Esta nova imagem abre caminho para futuras observações. O telescópio EHT continuou monitorando M87*, com observações adicionais em 2021 e 2022 e mais previstas para 2024. Essas observações permitirão aos astrônomos entender melhor a dinâmica dos buracos negros e testar novas teorias em astrofísica.