No ano passado, o Sol proporcionou um espetáculo impressionante com uma série de erupções solares poderosas. Esses eventos levaram à formação de uma grande tempestade geomagnética que atingiu a Terra em 10 de maio de 2024.
Imagem Wikimedia
As erupções solares, especialmente as ejeções de massa coronal (CME), se fundiram para criar uma supertempestade espacial. Esta foi tão intensa que a NOAA emitiu seu primeiro alerta de tempestade geomagnética severa em quase vinte anos. As CMEs são nuvens gigantes de partículas solares que, ao atingirem a Terra, podem perturbar seu campo magnético.
As consequências dessa tempestade foram múltiplas, afetando tanto as tecnologias terrestres quanto as espaciais. Na Terra, foram observadas perturbações nas redes elétricas e sistemas de navegação, enquanto no espaço, os satélites sofreram um aumento no arrasto atmosférico. Alguns até precisaram ser colocados em modo de segurança para evitar danos.
A atmosfera terrestre também reagiu significativamente a essa tempestade. A termosfera, uma camada da atmosfera, atingiu temperaturas recordes, causando sua expansão. Essa expansão teve um impacto direto nos satélites em órbita, aumentando a resistência que enfrentam e exigindo ajustes de trajetória.
As auroras boreais e austrais, normalmente confinadas às regiões polares, foram visíveis em latitudes muito mais baixas do que o habitual. Esses fenômenos luminosos foram particularmente intensos e coloridos, oferecendo um espetáculo raro aos observadores em todo o mundo. Fotografias permitiram que cientistas estudassem essas auroras sob uma nova perspectiva.
O Observatório de Dinâmica Solar da NASA capturou esta imagem do Sol em 7 de maio de 2024, mostrando uma região ativa massiva. Essa área, cerca de 17 vezes o tamanho da Terra, foi a origem das erupções solares que desencadearam a tempestade geomagnética. Crédito: NASA/Helioviewer
Os efeitos da tempestade não se limitaram à Terra. Marte também foi atingido, com auroras observadas pela sonda MAVEN da NASA. Esses eventos forneceram dados valiosos sobre a interação entre erupções solares e atmosferas planetárias, enriquecendo nossa compreensão dos fenômenos espaciais.
Essa tempestade geomagnética, embora sem consequências catastróficas, serviu como um lembrete do poder do Sol e de seu impacto em nosso planeta. Os dados coletados durante esse evento continuarão a ser analisados, oferecendo informações preciosas para a preparação contra futuras tempestades solares.
O que é uma ejeção de massa coronal (CME)?
As ejeções de massa coronal ocorrem na coroa solar, a camada externa da atmosfera do Sol.
As CMEs são frequentemente associadas a erupções solares, mas são fenômenos distintos. Enquanto as erupções solares são explosões de luz e radiação, as CMEs são expulsões de matéria solar.
Quando uma CME é direcionada para a Terra, ela pode interagir com o campo magnético terrestre, causando tempestades geomagnéticas. Essas interações podem perturbar comunicações de rádio, redes elétricas e sistemas de navegação.
O estudo das CMEs é crucial para prever tempestades geomagnéticas e proteger infraestruturas tecnológicas na Terra e no espaço.
Como as tempestades geomagnéticas afetam os satélites?
As tempestades geomagnéticas aumentam a densidade da atmosfera superior da Terra, o que eleva o arrasto atmosférico sobre satélites em órbita baixa. Esse aumento no arrasto pode reduzir a altitude dos satélites e exigir manobras de correção.
As partículas energéticas associadas a essas tempestades também podem danificar componentes eletrônicos dos satélites. Isso pode levar a falhas temporárias ou permanentes, afetando comunicações e serviços de navegação.
Para minimizar esses riscos, operadores de satélites monitoram ativamente previsões de tempestades geomagnéticas. Eles podem então tomar medidas preventivas, como colocar os satélites mais vulneráveis em modo de segurança.
A compreensão desses efeitos é essencial para projetar satélites mais resistentes e melhorar estratégias de gerenciamento de riscos espaciais.