Les bloqueurs de pubs mettent en péril la gratuité de ce site.
Autorisez les pubs sur Techno-Science.net pour nous soutenir.
▶ Poursuivre quand même la lecture ◀
Um avanço tecnológico revela o impacto do diabetes gestacional 🩺
Publicado por Adrien, Fonte: Université de Genève Outras Línguas: FR, EN, DE, ES
Graças a um dispositivo portátil, uma equipe da UNIGE, do CHUV, dos HUG, da UNIL e da EPFL identificou disfunções persistentes na regulação da glicose em mulheres que tiveram diabetes gestacional.
Imagem ilustrativa Pixabay
Complicação associada à gravidez, o diabetes gestacional aumenta o risco de desenvolver um distúrbio metabólico, especialmente o diabetes tipo 2. No entanto, seus efeitos após o parto ainda são pouco compreendidos. Para preencher essa lacuna, uma equipe da Universidade de Genebra (UNIGE), em colaboração com o Centro Hospitalar Universitário de Vaud (CHUV), os Hospitais Universitários de Genebra (HUG), a Universidade de Lausanne (UNIL) e a EPFL, utilizou dispositivos portáteis para monitorar a dinâmica da glicose, a atividade física, o sono e a frequência cardíaca de mulheres com ou sem diagnóstico de diabetes gestacional.
Os resultados revelam que perturbações na regulação da glicemia persistem após o parto em mulheres afetadas por essa condição, apesar de dados clínicos usuais comparáveis aos normais. Este estudo, publicado na revista Diabetologia, defende um acompanhamento adequado, mesmo após o parto.
O diabetes gestacional (DG) ocorre durante a gravidez e afeta cerca de 14% das mulheres grávidas no mundo, 10% na Suíça. Ele é caracterizado por um aumento da glicemia, ou seja, o nível de açúcar no sangue. "Ao contrário da ideia de que o DG desaparece após o parto, sabemos agora que ele pode aumentar em até dez vezes o risco de diabetes tipo 2 a longo prazo, bem como o aparecimento de outras doenças cardiometabólicas", afirma Tinh-Hai Collet, professor assistente no Departamento de Medicina e no Centro Universitário de Diabetes da Faculdade de Medicina da UNIGE, e médico assistente associado no Serviço de Endocrinologia, Diabetologia, Nutrição e Educação Terapêutica do Paciente dos HUG.
As dinâmicas de glicose perturbadas
Com uma equipe composta por cientistas da UNIGE, do CHUV, dos HUG, da UNIL e da EPFL, o pesquisador buscou avaliar melhor esse risco monitorando marcadores fisiológicos e hábitos comportamentais de mulheres durante o período pós-parto. O estudo mostra que as mulheres que tiveram diabetes gestacional apresentam um peso mais elevado. Além disso, mesmo consumindo menos carboidratos — alimentos como pão, massas, arroz ou açúcares adicionados, que se transformam em glicose —, a glicemia demora mais tempo para voltar ao normal após as refeições. O ritmo diário de glicemia também está alterado, sugerindo um mau funcionamento dos relógios biológicos internos, ou ritmos circadianos.
"A dinâmica fisiológica da glicemia tem dois aspectos. Após as refeições, por exemplo, geralmente observa-se um aumento transitório. Também existe um ciclo de glicemia de 24 horas influenciado pelos ritmos circadianos. Essas duas dinâmicas estão perturbadas em mulheres que tiveram diabetes gestacional", revela Jardena Puder, professora associada na Faculdade de Biologia e Medicina da UNIL, médica adjunta na Consulta de Diabetes Gestacional do Serviço de Obstetrícia do Departamento Mulher-Mãe-Criança do CHUV, e coautora do estudo.
Monitoramento contínuo
Os pesquisadores acompanharam mulheres do CHUV, com ou sem diagnóstico de diabetes gestacional, utilizando dispositivos portáteis de última geração capazes de medir em tempo real a glicemia, os hábitos alimentares, a atividade física, o sono e a frequência cardíaca durante 24 horas. "Por exemplo, conseguimos integrar os dados de glicemia a um aplicativo de smartphone do tipo diário alimentar para analisar a dinâmica da glicose após as refeições. Foram realmente essas novas tecnologias que fizeram a diferença para este estudo", indica Charna Dibner, professora associada do Serviço de Cirurgia Torácica e Endócrina do Departamento de Cirurgia dos HUG, do Departamento de Fisiologia Celular e Metabolismo, bem como do Centro Universitário de Diabetes da Faculdade de Medicina da UNIGE, e coautora do estudo.
Essas medições foram realizadas ao longo de um período de duas semanas, entre um e dois meses após o parto, e repetidas seis meses depois. O estudo incluiu 22 mulheres com diabetes gestacional, comparadas a 15 mulheres com metabolismo da glicose normal durante a gravidez anterior.
Novos marcadores identificados
As mulheres que tiveram DG continuam a apresentar alterações na regulação de sua glicemia, inclusive aquelas com valores glicêmicos normais em exames de sangue convencionais. "As técnicas convencionais utilizadas hoje para o acompanhamento clínico são adequadas. No entanto, nossa abordagem mostra que o diabetes gestacional não desaparece completamente após o parto. Um distúrbio na regulação da glicose persiste. Isso pode ter consequências a longo prazo, mesmo quando os valores glicêmicos no sangue são normais", enfatiza Tinh-Hai Collet.
Este estudo sugere que o monitoramento da variabilidade da glicemia durante o período pós-parto poderia identificar mulheres em risco. Os dados obtidos pela equipe de pesquisa poderiam servir como marcadores de complicações potenciais, mesmo que estas devam ser definidas a longo prazo, em particular sua relação com o desenvolvimento do diabetes tipo 2.