Um estudo identifica seis tipos distintos de depressão: rumo a um tratamento personalizado?

Publicado por Cédric,
Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: Nature Medicine
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Os recentes avanços na compreensão dos transtornos depressivos estão abrindo caminho para uma medicina personalizada de saúde mental. Um estudo realizado por pesquisadores da Stanford Medicine identificou seis subtipos biológicos de depressão através de imagens cerebrais e aprendizado de máquina. Esta descoberta promete revolucionar o tratamento da depressão, adaptando as terapias às características cerebrais específicas de cada paciente.


Nature Medicine publicou este estudo em 17 de junho, que distingue seis biotipos de depressão ao analisar a atividade cerebral dos participantes utilizando a ressonância magnética funcional (RMf). Este método permite medir a atividade do cérebro em repouso e durante tarefas cognitivas e emocionais. Os pesquisadores conseguiram determinar quais tratamentos são mais eficazes para três desses biotipos.

Leanne Williams, professora de psiquiatria e ciências do comportamento na Stanford Medicine, destaca a importância deste avanço. Cerca de 30% das pessoas que sofrem de depressão apresentam uma depressão resistente aos tratamentos, o que significa que vários medicamentos ou terapias não melhoraram seus sintomas. Para até dois terços dos pacientes, os tratamentos falham em restabelecer completamente sua saúde mental. Atualmente, os antidepressivos são prescritos por tentativa e erro, um processo que pode levar meses, ou até anos.

Para entender melhor a biologia subjacente da depressão e da ansiedade, Leanne Williams e sua equipe estudaram 801 participantes diagnosticados com esses transtornos. Através de uma abordagem de aprendizado de máquina, eles identificaram seis padrões distintos de atividade cerebral. Por exemplo, os pacientes com hiperatividade das regiões cognitivas responderam melhor ao antidepressivo venlafaxina, enquanto aqueles com alta atividade nas regiões ligadas à depressão e resolução de problemas reagiram melhor à terapia comportamental.

Jun Ma, professor da Universidade de Illinois em Chicago e coautor do estudo, explica que essa correlação entre biotipos e resposta terapêutica é consistente com o conhecimento atual sobre essas regiões cerebrais. Ele sugere que os pacientes com baixa atividade no circuito da atenção poderiam se beneficiar de um tratamento medicamentoso antes de seguir uma terapia comportamental.

Este estudo é o primeiro a demonstrar que a depressão pode ser explicada por diferentes perturbações no funcionamento cerebral. Leanne Williams e sua equipe continuam suas pesquisas para explorar novos tratamentos adaptados a esses biotipos, incluindo medicamentos não tradicionais para a depressão.

Laura Hack, professora assistente na Stanford Medicine, já utiliza essa técnica de imagem em sua prática clínica. O objetivo é estabelecer padrões para que outros psiquiatras possam adotar este método e melhorar a precisão dos tratamentos.

Para avançar na psiquiatria de precisão, é essencial identificar rapidamente os tratamentos mais eficazes para cada paciente, com base em medidas objetivas do funcionamento cerebral. Esta pesquisa promete melhorar significativamente a taxa de sucesso dos tratamentos e oferecer novas esperanças às pessoas que sofrem de depressão.
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