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Um fóssil de 520 milhões de anos revela segredos inesperados
Publicado por Adrien, Fonte:Nature Outras Línguas: FR, EN, DE, ES
Um fóssil excepcionalmente bem preservado revela a anatomia interna de um ancestral dos artrópodes.
Este espécime, descoberto na China, oferece uma perspectiva única sobre a evolução das primeiras formas de vida complexas.
Anatomia interna do fóssil. Crédito: Universidade de Durham.
O fóssil, nomeado Youti yuanshi, remonta a mais de 520 milhões de anos, durante o período Cambriano, uma época crucial para a evolução dos grupos animais modernos. Este fóssil pertence ao grupo dos euartrópodes, que inclui os insetos, aranhas e caranguejos atuais. O que o torna único é a conservação excepcional de seus órgãos internos, apesar do tamanho minúsculo da larva, comparável a uma semente de papoula.
Graças a técnicas avançadas de tomografia de raios X por síncrotron, os pesquisadores puderam gerar imagens 3D de uma complexidade anatômica surpreendente. Essas imagens revelam regiões cerebrais minúsculas, glândulas digestivas, um sistema circulatório primitivo e até mesmo vestígios dos nervos que servem os membros e os olhos simples da larva.
A descoberta surpreendeu os pesquisadores pelo nível de complexidade da anatomia desses primeiros artrópodes, sugerindo que eram muito mais evoluídos do que se pensava. O Dr. Martin Smith, da Universidade de Durham, afirma que este fóssil raro representa uma descoberta desejada para compreender a evolução dos artrópodes.
O estudo dessa antiga larva fornece pistas valiosas sobre as etapas evolutivas que permitiram que criaturas simples se transformassem em artrópodes complexos, dotados de membros especializados, olhos e cérebros segmentados. Por exemplo, o fóssil revela um "protocérebro", uma região cerebral ancestral que deu origem aos apêndices especializados, como antenas e peças bucais.
Esses detalhes permitem traçar a evolução que levou à diversidade e à complexidade dos artrópodes modernos, que hoje são o grupo animal mais abundante. Fósseis como este preenchem uma lacuna essencial em nossa compreensão da origem do plano corporal dos artrópodes, que se tornou tão dominante durante a Explosão Cambriana.
O espécime está conservado na Universidade de Yunnan, na China, onde foi descoberto.
O que é a tomografia de raios X por síncrotron?
A tomografia de raios X por síncrotron é uma técnica avançada de imagem que permite visualizar o interior de amostras com uma resolução muito fina. Usando raios X produzidos por um acelerador de partículas chamado síncrotron, este método gera imagens 3D detalhadas ao atravessar o objeto estudado sob diferentes ângulos.
Os pesquisadores a utilizam para explorar estruturas internas complexas não visíveis com métodos tradicionais. É especialmente útil para estudar fósseis ou materiais biológicos, permitindo revelar detalhes microscópicos sem danificar a amostra.
Ao comparar as diferentes imagens obtidas, é reconstruído um modelo tridimensional, oferecendo uma visão completa e precisa das estruturas internas, como órgãos ou sistemas nervosos em fósseis antigos.