Um fóssil de lula-vampiro descoberto em Luxemburgo

Publicado por Adrien,
Fonte: Swiss Journal of Palaeontology
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Uma equipe de paleontólogos na Alemanha descobriu um fóssil que nos leva de volta a 183 milhões de anos, no período do Jurássico Inferior. Este achado apresenta Simoniteuthis michaelyi, uma espécie recém-identificada de lula-vampiro, testemunhando uma época distante em que essas criaturas já percorriam os mares. Esta lula foi encontrada em Bascharage, um local de escavação situado em Luxemburgo.


As lulas-vampiro, ou vampiromorfos, são cefalópodes mais próximos das polvos do que das lulas, apesar da sua aparência. Conhecidos pelos seus órgãos bioluminescentes e longos filamentos retráteis, os vampiromorfos se distinguem claramente dos outros membros da sua família. Até o momento, várias espécies de vampiromorfos foram descobertas, tanto atuais quanto extintas, enriquecendo assim nossa compreensão destes predadores.

A análise detalhada deste fóssil, descoberto em 2022 e agora batizado como Simoniteuthis michaelyi, revela um estado de conservação notável. Medindo 38 centímetros de comprimento, este espécime completo foi encontrado enquanto comia, agarrando entre seus tentáculos dois pequenos peixes, uma cena raramente observada no registro fóssil. Esta descoberta é qualificada de excepcional pelos pesquisadores, não só pela qualidade da sua preservação mas também pelas estruturas de tecido mole, tais como olhos e tecidos musculares, observáveis em detalhe.

Pesquisas anteriores indicam que este vampiromorfo residia nas zonas marítimas ao redor de uma ilha, localizada no que é hoje o território da Europa. A particularidade das circunstâncias que envolvem sua morte, especialmente a falta de oxigênio na água, teria levado à sua asfixia. Esta mesma carência de oxigênio também teria desencorajado outras espécies marinhas de consumir os restos da lula, contribuindo assim para a conservação perfeita de seu corpo nos sedimentos.

Esta descoberta oferece uma janela preciosa para a vida marinha do Jurássico Inferior e destaca a importância das condições ambientais na conservação dos fósseis. Ela também nos lembra da continuidade da vida na Terra e da capacidade da natureza de preservar seus segredos mais antigos para que possamos descobri-los milhões de anos mais tarde.

O termo "vampiro" associado aos vampiromorfos provém de suas características físicas singulares que evocam o imaginário do vampiro mítico. No entanto, ao contrário de seu apelido preocupante, as lulas-vampiro se alimentam principalmente de detritos e plâncton, e não de sangue.
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