Uma camada a uma temperatura inimaginável envolve nossa galáxia: de onde ela vem? 🔥

Publicado por Adrien,
Fonte: The Astrophysical Journal
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O disco da Via Láctea está envolvido por uma camada gasosa de uma temperatura inimaginável. Essa descoberta recente intriga os pesquisadores, que buscam entender os mecanismos por trás desse calor extremo, da ordem de vários milhões de graus.

Há várias décadas, os astrônomos sabem que nossa galáxia está cercada por um vasto halo de gás. Esse gás, embora difícil de observar devido à sua baixa densidade, se estende por até 700.000 anos-luz e apresenta uma temperatura de alguns milhões de graus Kelvin. As forças gravitacionais da Via Láctea poderiam explicar parte desse fenômeno, mas novos indícios sugerem que processos ainda mais energéticos estão em ação.


Imagem de ilustração propositalmente exagerada

Pesquisadores do Instituto de Pesquisa Raman (RRI) e seus colaboradores analisaram recentemente sinais emitidos por essa matéria quente. Por meio de estudos publicados no The Astrophysical Journal, eles propõem um modelo que relaciona esse calor às estrelas massivas em fim de vida. Essas estrelas, após explodirem em supernovas, projetam grandes quantidades de energia e enriquecem o gás ao redor com elementos químicos complexos.

Essas explosões, que ocorrem em regiões do disco galáctico onde a formação de estrelas é intensa, seriam responsáveis por um aquecimento constante do gás ao redor. Esse gás, aquecido a temperaturas de 10 milhões de graus Kelvin, se expande e forma um halo quente em torno do disco estelar. Ao se movimentar, parte desse gás retorna ao disco ou escapa para o espaço intergaláctico.

A análise dos espectros luminosos de quasares distantes confirmou a presença de gás enriquecido com elementos como magnésio e enxofre. Essas assinaturas químicas, resultantes de reações nucleares nos núcleos de estrelas massivas, ofereceram indícios cruciais sobre a composição do gás quente e sua origem. Esse gás também absorve a luz de fontes distantes, criando linhas de absorção distintas.

Outro fenômeno intrigante está relacionado às chamadas estrelas "fugidias". Essas estrelas, ejetadas do disco galáctico, às vezes explodem como supernovas fora dele, criando bolsões localizados de gás aquecido.

Esse modelo pode ajudar a compreender melhor os processos energéticos dentro da Via Láctea. Ao analisar as emissões de raios X e ampliar as observações para outras frequências, os pesquisadores esperam refinar essas hipóteses e desvendar os mistérios desse gás incandescente.
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