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Uma gigantesca muralha de 10 bilhões de anos-luz no Universo 🔭
Publicado por Adrien, Fonte:arXiv Outras Línguas: FR, EN, DE, ES
A estrutura mais imponente do Universo, a Grande Muralha de Hércules-Coroa Boreal, desafia os modelos cosmológicos com sua extensão colossal. Um estudo recente utilizando explosões de raios gama, as explosões mais energéticas conhecidas, revela que essa estrutura é ainda mais vasta do que se pensava.
Descoberta em 2014, a Grande Muralha de Hércules-Coroa Boreal é um filamento gigante de galáxias que se estende por bilhões de anos-luz. Uma equipe internacional, liderada por István Horváth, refinou as medidas dessa estrutura, descobrindo que ela se estende por uma distância radial maior do que a estimada anteriormente.
Visão conceitual
As explosões de raios gama, emitidas durante a morte de estrelas massivas ou da colisão de estrelas de nêutrons, servem como faróis cósmicos. Seu brilho excepcional permite traçar a distribuição da matéria no Universo, revelando assim a localização de galáxias mesmo as mais distantes.
A Grande Muralha mede aproximadamente 10 bilhões de anos-luz de comprimento, cerca de 10% do tamanho do Universo observável. Essa descoberta desafia o princípio cosmológico, segundo o qual o Universo é homogêneo e isotrópico em grande escala.
A equipe utilizou um catálogo de 542 explosões de raios gama, principalmente observadas pelos telescópios espaciais Fermi e Swift. Esses dados, acumulados ao longo de mais de 20 anos, permitiram mapear melhor essa estrutura gigantesca.
As futuras missões, como a THESEUS da ESA, prometem ampliar nossa compreensão dessas estruturas cósmicas. Com maior sensibilidade, elas poderão revelar a extensão completa da Grande Muralha e de outras estruturas similares.
Este estudo, disponível no arXiv, abre novas perspectivas sobre a formação das grandes estruturas do Universo. Ele destaca a importância das explosões de raios gama como ferramentas para explorar os confins do cosmos.
Como as explosões de raios gama revelam as estruturas cósmicas?
As explosões de raios gama, ou GRBs, são as explosões mais luminosas do Universo. Elas ocorrem durante a formação de um buraco negro, seja pelo colapso de uma estrela massiva, seja pela colisão de duas estrelas de nêutrons.
Esses eventos emitem jatos de partículas a velocidades próximas à da luz. Quando esses jatos interagem com o meio circundante, produzem raios gama e X, visíveis a distâncias cosmológicas.
Ao mapear os GRBs, os astrônomos podem identificar as regiões do Universo onde a matéria está concentrada. Esse método permite detectar galáxias muito distantes para serem observadas diretamente.
Assim, os GRBs servem como faróis cósmicos, iluminando a estrutura em grande escala do Universo e revelando aglomerados de galáxias como a Grande Muralha de Hércules-Coroa Boreal.
Por que a Grande Muralha desafia os modelos cosmológicos?
A Grande Muralha de Hércules-Coroa Boreal se estende por 10 bilhões de anos-luz, um tamanho que representa um problema para o princípio cosmológico. Este último supõe que o Universo é homogêneo e isotrópico em grande escala.
Segundo esse princípio, nenhuma estrutura deveria ultrapassar 1,2 bilhão de anos-luz, limite imposto pela idade do Universo. A Grande Muralha, muito maior, sugere que a matéria não está uniformemente distribuída.
Essa descoberta pode exigir uma revisão dos modelos cosmológicos. Algumas teorias, como aquelas que incluem flutuações primordiais mais significativas, poderiam explicar a existência de tais estruturas.
A Grande Muralha representa, portanto, um obstáculo para nossa compreensão do Universo, incentivando os cientistas a explorar novas abordagens teóricas.