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Certas rainhas formigas devoram às vezes seus bebês, eis porque
Publicado por Cédric, Autor do artigo: Cédric DEPOND Fonte:Current Biology Outras Línguas: FR, EN, DE, ES
Algumas criaturas estão dispostas a tudo para sobreviver. As formigas, em particular, não hesitam em adotar comportamentos radicais para garantir a sobrevivência de sua colônia. Mas por que as rainhas comem seus próprios filhotes?
Imagem ilustrativa Pexels
Enquanto compartilhávamos com você, há alguns meses, o método sofisticado que elas usam para tratar suas companheiras neste artigo, e mais recentemente sua capacidade de escolher entre tratar ou amputar os membros de suas colegas dependendo das lesões, neste outro artigo, um novo estudo realizado pela Universidade de Oxford revela que a rainha formiga pode se tornar canibal, e explica o motivo. Seria uma estratégia de defesa para combater doenças dentro da colônia nascente.
Os pesquisadores observaram que as rainhas da formiga negra de jardim (Lasius niger) comem suas larvas infectadas por um fungo patogênico. Esse comportamento seria uma maneira eficaz de impedir a propagação de infecções mortais dentro da colônia.
Durante o experimento, os pesquisadores expuseram rainhas da formiga negra de jardim a dois grupos de larvas: um infectado por um fungo patogênico, e o outro composto por larvas saudáveis. As larvas infectadas haviam sido expostas ao fungo por 24 horas, um estágio em que a infecção era fatal, mas ainda não contagiosa.
Os resultados mostraram que as rainhas devoraram 92% das larvas infectadas, mastigando-as por várias horas até que não restasse mais nada. Em contrapartida, apenas 6% das larvas saudáveis sofreram o mesmo destino, provando que as rainhas detectavam precisamente as larvas doentes. Essa ação precoce permite eliminar a fonte potencial de contágio antes que a infecção possa se espalhar por toda a colônia.
Além disso, as rainhas não apenas tomam medidas para proteger sua colônia. Elas também parecem obter um benefício nutricional ao reciclar as larvas doentes para produzir mais ovos. De fato, os resultados do estudo mostram que as rainhas que comeram suas larvas infectadas puseram 55% mais ovos. Um recurso precioso, pois esses ovos são essenciais para a sobrevivência da colônia.
Os pesquisadores levantam a hipótese de que as rainhas secretam um veneno ácido e antimicrobiano a partir de uma glândula situada na extremidade de seu abdômen. Esse veneno seria liberado e ingerido durante o processo de canibalismo, neutralizando assim os patógenos presentes nas larvas infectadas.
Essa proteção química permitiria às rainhas digerir as larvas sem o risco de serem contaminadas pela infecção. Observações em laboratório até mostraram algumas rainhas massageando essa glândula enquanto consumiam suas larvas, reforçando a ideia de que esse veneno desempenha um papel crucial na prevenção da propagação de doenças.
Curiosamente, o canibalismo é reservado às rainhas, pois as operárias têm outros meios de remover os cadáveres infectados para fora da colônia. Esse comportamento levanta questões sobre a evolução das estratégias de sobrevivência em insetos sociais. Os pesquisadores esperam que futuros estudos revelem outros benefícios para a colônia.