Análises genéticas revelaram que seis das vinte e três espécies da fauna selvagem na Virgínia (Estados Unidos) apresentavam sinais de infecções pelo SARS-CoV-2, o vírus responsável pelo COVID-19. Os resultados mostram uma transmissão do vírus dos humanos para os animais, com mutações inéditas.
Gambá - Imagem de ilustração Pixabay
Os pesquisadores descobriram que várias espécies de animais, comumente observadas nos quintais de casas, apresentavam anticorpos contra o vírus, indicando uma exposição anterior. A transmissão do homem para o animal foi confirmada, com os variantes do vírus detectados nos animais correspondendo aos em circulação entre os humanos.
Os animais próximos a trilhas e áreas públicas com alto tráfego mostraram as maiores taxas de exposição. Os pesquisadores da Virginia Tech destacam a necessidade de uma maior vigilância, pois as mutações observadas podem tornar o vírus mais transmissível ou nocivo.
Os pesquisadores também examinaram como o vírus se adapta para infectar novos hospedeiros. Notaram que o SARS-CoV-2 adquiriu mutações específicas em espécies como os gambás, facilitando sua transmissão para outros animais.
Os cientistas tranquilizam o público afirmando que não há evidências de transmissão do vírus dos animais para os humanos. No entanto, a vigilância permanece crucial, especialmente para as espécies que vivem próximas às atividades humanas.
As proteínas do SARS-CoV-2 precisam mutar para se adaptar aos receptores específicos das células animais, facilitando assim a infecção. Carla Finkielstein e sua equipe observaram essas mutações em gambás e esquilos, permitindo que o vírus se transmitisse para outras espécies.
Crédito: Carla Finkielstein/Virginia Tech.
As pesquisas foram ampliadas para incluir muitas espécies comuns na Virgínia. Os resultados mostram que o vírus está presente em diversas populações animais, o que requer maior vigilância para entender melhor a dinâmica de transmissão e as possíveis implicações para a saúde pública.
Os pesquisadores chamam atenção para a necessidade de estudos adicionais para avaliar a transmissão do vírus entre diferentes espécies de animais e dos animais para os humanos. Este estudo mostra que o SARS-CoV-2 pode ter uma ampla gama de hospedeiros naturais.