Os oceanos escondem tesouros inesperados, incluindo uma alga marinha comum que desempenha um papel crucial na regulação do clima terrestre. Um novo estudo revela que essa alga é responsável pela produção de um composto abundante que ajuda a resfriar nosso planeta. Uma descoberta que pode revolucionar nossa compreensão do ecossistema marinho e seu impacto climático.
Os pesquisadores descobriram que um tipo de alga oceânica comum produz um composto abundante que ajuda significativamente a resfriar o clima da Terra. Esse composto, conhecido como DMSP, é crucial para a regulação do clima, sugerindo que os níveis de DMSP e seu subproduto DMS podem ser mais altos do que o esperado, impactando assim o resfriamento climático global. Imagem Wikimedia
Pesquisadores da Universidade de East Anglia (UEA) e da Universidade Oceânica da China (OUC) identificaram as algas Pelagophyceae como importantes produtoras de dimetilsulfoniopropionato (DMSP). Essa descoberta pode transformar nossa percepção da importância desses micro-organismos marinhos.
O professor Jonathan Todd da UEA destacou que essas algas, entre as mais abundantes na Terra, não eram reconhecidas anteriormente por seu papel na produção de DMSP. Esse composto não é apenas um antistresse natural para os organismos marinhos, mas também uma fonte importante de gás que resfria o clima.
O DMSP é convertido em sulfeto de dimetilo (DMS), um gás ativo para o clima, conhecido por seu cheiro de mar. O DMS liberado na atmosfera contribui para a formação de nuvens que refletem a luz solar, resfriando assim o planeta. Esse processo natural é vital para a regulação do clima terrestre e o ciclo global do enxofre.
O estudo também revela enzimas chave na produção de DMSP. Os pesquisadores da UEA e da OUC identificaram novas enzimas responsáveis pela síntese do DMSP, abrindo caminho para uma melhor compreensão das algas Pelagophyceae e seu impacto nas mudanças climáticas globais.
a. As principais etapas de criação e decomposição do DMSP são indicadas com as enzimas conhecidas das algas e das bactérias. b. Abundância dos genes de DMSP em diferentes camadas de água, segundo os conjuntos de dados OM-RGC_V2 e MATOU. c. Tipos e grupos de sequências genéticas DSYE encontradas nos dados MATOU, normalizados com os genes recA e β-actina. O tamanho dos gráficos mostra a abundância dos genes. Nenhum gene dsyG/dsyGD detectado.
Por fim, os pesquisadores pedem mais estudos sobre as algas Pelagophyceae e outros organismos marinhos para melhor medir os níveis ambientais de DMSP e a diversidade das enzimas envolvidas em sua produção. Essas pesquisas são essenciais para prever e gerenciar o impacto desses micro-organismos no nosso clima.