Poderiam formas de vida extraterrestre existir ao nosso redor sem que estivéssemos cientes? Esta pergunta poderia redefinir nossa visão do cosmos.
Enrico Fermi se perguntava por que, em um Universo tão vasto, nenhuma inteligência extraterrestre havia ainda sido detectada. Esta questão, conhecida como "paradoxo de Fermi", intriga os cientistas há décadas.
Dezenas de explicações foram propostas para resolver este paradoxo. No entanto, Vojin Rakić, um filósofo sérvio, apresenta uma hipótese radicalmente diferente. Ele sugere que as formas de vida extraterrestre poderiam ser imperceptíveis aos nossos sentidos, vivendo talvez em partes do Universo que ainda não conhecemos.
Rakić critica as soluções "antropocêntricas" que colocam o humano no centro do Universo. Para ele, nossa percepção da vida extraterrestre é limitada por nossa própria experiência do mundo. Ele rejeita a ideia de que a ausência de prova de vida extraterrestre signifique necessariamente que ela não exista.
Segundo ele, as soluções para o paradoxo de Fermi podem ser classificadas em três categorias: excepcionalidade, aniquilação e barreira de comunicação. A excepcionalidade sugere que a vida é extremamente rara no Universo, enquanto a aniquilação implica que as civilizações desaparecem antes de poderem nos contatar. A barreira de comunicação, por outro lado, propõe que as civilizações extraterrestres sejam muito distantes ou incompreensíveis para nós.
Rakić vai além ao considerar entidades vivas feitas de matéria escura ou energia escura, ou que existam em dimensões que não podemos perceber. Esta hipótese questiona nossa capacidade de detectar vida extraterrestre com as ferramentas atuais.
Finalmente, ele conclui que o paradoxo de Fermi é uma formulação muito estreita de um problema muito mais amplo: o que acontece ao nosso redor que não podemos perceber? Uma questão que abre caminho para novas perspectivas sobre nosso lugar no Universo.