Localizada a cerca de 125 quilômetros ao norte de Medina, Umm Jirsan é o tubo de lava mais longo da Arábia até hoje conhecido, com passagens que alcançam 1.481 metros. As evidências de presença humana neste tubo de lava, que foram preservadas apesar da aridez da região, incluem fragmentos de tecido, madeira trabalhada, bem como ossos humanos e representações de animais domésticos, como ovelhas e cabras.
As datas obtidas por datação por radiocarbono e luminescência estimulada opticamente revelam que o local foi utilizado por milênios, até um período relativamente recente. Esses achados sugerem que Umm Jirsan servia como um refúgio temporário, e não como um local de moradia permanente. Provavelmente estava localizado em rotas de transumância, proporcionando sombra e acesso à água para pastores itinerantes e seus rebanhos.
Identificação possível de espécies na arte rupestre de Umm Jirsan, incluindo (A) ovelhas; (B) uma cabra e duas silhuetas com ferramentas em seus cintos; (C) bovinos com longas chifres, foto melhorada digitalmente; e (D) um caprino com chifres estriados e marcas no pelo.
Abaixo: traçados dos exemplos A-D.
Crédito: Stewart et al., 2024, PLOS ONE, CC-BY 4.0
A análise química dos restos humanos mostra um aumento do consumo de plantas como cereais e frutas ao longo do tempo, provavelmente devido ao avanço da agricultura em oásis na Idade do Bronze. Esta análise também demonstra que o tubo de lava teve um papel chave nas economias locais, ligado tanto à transumância quanto à caça.
A formação de tubos de lava, resultante de passagens subterrâneas criadas pelo fluxo de lava, proporciona um abrigo natural. Assim, os pesquisadores até contemplam que futuros astronautas poderiam usar estruturas semelhantes na Lua para se proteger.