Mas por que um fuso horário lunar? Simplesmente porque o tempo não flui da mesma maneira na Lua como na Terra. Devido à baixa gravidade lunar, menor do que na Terra, o tempo lá é ligeiramente acelerado, apresentando uma diferença de 58,7 microssegundos a cada dia em relação aos nossos dias terrestres.
Essa diferença, embora minúscula, pode perturbar as manobras precisas de espaçonaves e satélites em órbita ao redor da Lua. Kevin Coggins, responsável pelo programa de comunicação e navegação espacial da NASA, explica que os relógios terrestres correriam em uma velocidade diferente na Lua.
Com o advento das missões espaciais totalmente controladas por computador, o que era muito menos o caso durante as missões Apollo, o estabelecimento do TCL tornou-se um passo crucial em antecipação às futuras missões lunares.
Após o voo de teste Artemis 1, que viu a cápsula Orion da NASA realizar uma viagem de ida e volta não tripulada à Lua em novembro de 2022, a agência espacial planeja enviar seres humanos em órbita ao redor da Lua em 2025, e então pousar em sua superfície em 2026. Essas missões marcarão etapas importantes na ambição final do programa Artemis: levar seres humanos a Marte.
Com o aumento do número de países e empresas envolvidos nas novas missões lunares, a padronização do tempo torna-se ainda mais crucial. Como destaca Coggins, os relógios atômicos do Observatório Naval dos Estados Unidos em Washington são o "coração pulsante da nação", sincronizando tudo o que precisa ser sincronizado. Um "batimento cardíaco" semelhante será necessário para as operações na Lua, garantindo a coordenação entre as diferentes missões e espaçonaves.
Este projeto ambicioso do "Tempo Coordenado Lunar" sublinha a importância crescente da Lua na futura exploração espacial e lança as bases para uma presença humana prolongada no espaço, abrindo caminho para viagens interplanetárias mais distantes.