O rover Perseverance da NASA, implantado em Marte, acabou de revelar informações sobre a cratera Jezero, despertando imenso interesse pela planetologia e pela busca de vida extraterrestre.
Ao usar o radar de penetração no solo, o rover detectou camadas de sedimentos, evidências de um antigo lago que secou formando um delta gigantesco. Essa descoberta reforça a esperança de encontrar provas de vida antiga em Marte, uma hipótese há muito especulada, mas nunca confirmada.
Visualizações 3D projetadas em corte transversal dos radiogramas de amplitude de reflexão RIMFAX. ( A ) Hawksbill Gap adquiridos nos Sols 535 a 541 e ( B ) Hawksbill Gap nos Sols 449 a 460 e Sols 535 a 537. ( C ) Cape Nukshak nos Sols 420 a 421 e Sols 556 a 632. As camadas altamente reflexivas são mostradas como escuras, enquanto as camadas menos reflexivas são mostradas claras. Todas as visualizações usam os dados do modelo de elevação digital HiRISE e são exageradas em dois fatores verticalmente.
Chegando à cratera em fevereiro de 2021, o Perseverance conduziu análises aprofundadas, em particular com o instrumento RIMFAX (Radar Imager for Mars' Subsurface Experiment). Essa tecnologia possibilitou a mapeamento de estruturas subterrâneas até 20 metros de profundidade, revelando a existência de sedimentos transportados por um antigo curso de água.
David Paige, professor de ciência planetária e autor principal do estudo, enfatiza a importância desses resultados para compreender as mudanças ambientais em Marte. Os sedimentos, anteriormente suspeitos mas nunca confirmados, indicam uma rica história geológica, marcada por duas fases distintas de erosão.
Perseverance, um ator chave da missão Mars 2020 da NASA, avaliada em 2.7 bilhões de dólares, foi acompanhado durante três anos pelo helicóptero Ingenuity. Além do RIMFAX, o rover possui outros seis instrumentos científicos, contribuindo para uma pesquisa multidimensional no planeta vermelho.
A existência de água em Marte, elemento crucial para a vida como a conhecemos na Terra, abre a possibilidade de uma Marte outrora habitável. Contudo, a busca por traços de vida permanece complexa e incerta.
Para repatriar as amostras coletadas pelo Perseverance, a NASA planeja uma colaboração com a Agência Espacial Europeia (ESA). As amostras serão recuperadas por um lander da ESA, e então enviadas para a Terra, com um retorno previsto o mais cedo em 2033.
Essa missão levanta questões fundamentais sobre a história de Marte e a existência potencial de vida além da Terra, mantendo o mundo científico e o público em geral ansiosos.