Les bloqueurs de pubs mettent en péril la gratuité de ce site.
Autorisez les pubs sur Techno-Science.net pour nous soutenir.
▶ Poursuivre quand même la lecture ◀
Os cânceres, causados por genes muito antigos incrustados em nosso DNA?
Publicado por Cédric, Autor do artigo: Cédric DEPOND Fonte:Science Advances Outras Línguas: FR, EN, DE, ES
Os cânceres humanos podem ser influenciados por vírus antigos integrados em nosso DNA há milhões de anos.
Pesquisadores da Universidade do Colorado em Boulder revelaram que retrovírus endógenos, há muito tempo considerados como DNA inativo, desempenham um papel fundamental na ativação de genes ligados ao crescimento tumoral. Esta descoberta abre novas perspectivas para melhorar os tratamentos contra o câncer.
Imagem de ilustração Pixabay
Os retrovírus endógenos representam cerca de 8% do genoma humano. Eles são o resultado de infecções virais ocorridas em nossos ancestrais primatas há dezenas de milhões de anos. Estas sequências de DNA viral se integraram nas células reprodutivas, sendo transmitidas de geração em geração. Durante muito tempo, estes fragmentos de DNA foram considerados inofensivos, sem capacidade de provocar doenças. No entanto, pesquisas recentes revelaram que eles podem atuar como interruptores, ativando genes nas proximidades, e desempenhando um papel na evolução humana, especialmente no desenvolvimento da placenta e na resposta imunológica.
O estudo publicado na Science Advances mostrou que estes retrovírus podem também contribuir para o crescimento dos cânceres. Ao analisar os dados genômicos de 21 tipos de cânceres, os pesquisadores descobriram uma alta atividade de uma linhagem particular de retrovírus endógeno chamada LTR10. Este retrovírus, que infectou primatas há cerca de 30 milhões de anos, estava particularmente ativo em diversos tipos de câncer, como os de pulmão e cólon. Análises aprofundadas revelaram que LTR10 estava ativo em cerca de um terço dos pacientes com câncer colorretal.
Para confirmar estes resultados, os cientistas usaram a técnica CRISPR para desativar LTR10 em células cancerígenas. Isso levou à inativação de genes críticos envolvidos no desenvolvimento do câncer.
Experiências conduzidas em ratos também mostraram que a supressão deste retrovírus melhorou a eficácia dos tratamentos destinados a reduzir os tumores. Edward Chuong, autor principal do estudo, destacou que entender a origem destes interruptores poderia permitir focalizar melhor os tratamentos atuais e descobrir novas terapias.
Em conclusão, este estudo sugere que os retrovírus endógenos, há muito considerados inativos, podem desempenhar um papel significativo no surgimento e persistência dos cânceres modernos. A continuidade das pesquisas nesta área pode abrir caminho para avanços terapêuticos significativos.