Como esse dinossauro conseguiu aumentar o tamanho de seus passos de maneira tão surpreendente? Um enigma que os pesquisadores exploraram ao analisar pegadas descobertas na Coreia do Sul.
Essa "corrida assistida" não visava decolar, mas sim correr mais rápido. Um meio eficaz de escapar de predadores ou, ao contrário, surpreender suas presas.
Ao reconstruir seus movimentos, os pesquisadores estimam que ele alcançava 37 km/h. Esse modo de locomoção, misturando corrida e batimento de asas, oferece uma visão única sobre a evolução do voo nos dinossauros. No caso de D. rarus, esse mecanismo de aceleração demonstra a engenhosidade de sua adaptação.
A: Pegada 2 do terópode microraptorino na Formação de Jinju, Coreia do Sul (linhas verdes pontilhadas), com a pegada 1 (à esquerda) e uma grande pegada de terópode (parte superior direita). B: Mapa do local ilustrando fielmente a disposição das pegadas e os espaços vazios no solo. C-E: Morfologia distinta das pegadas individuais da pegada 2 (R1, L1 e R2) confirmando o criador das pegadas microraptorino.
Essas pegadas fósseis provam que o voo nos dinossauros não se desenvolveu de forma linear. Novas descobertas podem confirmar a existência de capacidades de voo em outros dinossauros não-avianos.
A "corrida assistida por batimento de asas" refere-se a um modo de locomoção em que um animal utiliza os batimentos das asas para aumentar sua velocidade de corrida. Esse movimento, observado em alguns dinossauros e aves modernas, ajuda a transpor obstáculos ou acelerar sem necessariamente decolar.
Durante a corrida assistida, as asas produzem uma força de sustentação que alivia o peso do animal e aumenta a amplitude de seus passos. Esse mecanismo, chamado "flap running" em inglês, permite que o animal atinja velocidades que não conseguiria apenas com suas patas, oferecendo-lhe uma vantagem para fugir de predadores ou capturar presas.
Na pesquisa, vários indÃcios mostram que as asas de alguns dinossauros, como o Dromaeosauriformipes rarus, não eram adaptadas para o voo, mas serviam para acelerar sua corrida:
- O tamanho das asas: Os paleontólogos observaram que as asas desse dinossauro eram muito pequenas para permitir que ele voasse. Assim, elas não poderiam ter gerado força de sustentação suficiente para um voo prolongado.
- A distância das pegadas fossilizadas As pegadas encontradas mostram um passo muito longo em relação ao tamanho do animal, o que sugere uma propulsão adicional. Essa distância indica uma impulsão que possibilitava aumentar a amplitude dos passos, tÃpico de uma corrida, sem evidências de decolagem.