Uma descoberta chave na luta contra o HIV/SIDA

Publicado por Adrien,
Fonte: Universidade de Sherbrooke
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Uma recente descoberta da Universidade de Sherbrooke reacende a esperança de encontrar uma solução definitiva para a pandemia de SIDA. Esses resultados encorajadores surgem após mais de 30 anos de esforços nos laboratórios do mundo inteiro para encontrar as "chaves" da latência do HIV.


A equipe de pesquisa de Brendan Bell, professor-pesquisador do Departamento de Microbiologia e Infectologia da Faculdade de Medicina e Ciências da Saúde da Universidade de Sherbrooke, trabalha há mais de 10 anos para entender melhor este vírus que ataca o sistema imunológico do corpo.

Essa equipe descobriu uma "chave" molecular que desempenha um papel importante no controle da replicação ativa ou do estado latente do vírus. O estado latente constitui o principal obstáculo para a cura do HIV e é um problema significativo para o desenvolvimento de uma vacina contra ele.

Durante a latência, o vírus se integra ao nosso próprio DNA e não pode ser alvo dos medicamentos antirretrovirais (ARV) atualmente disponíveis. Além disso, a capacidade do HIV de estabelecer rapidamente a latência no corpo humano permite ao vírus se esconder do nosso sistema imunológico.

Em 2022, estimava-se que 39 milhões de pessoas viviam com o vírus HIV, e 630 mil pessoas morreram de causas relacionadas ao SIDA.

Em 2012, o laboratório do professor Bell havia descoberto uma "fechadura" molecular dentro do genoma do HIV e demonstrado que um complexo de proteínas de nossas células poderia ser hackeado pelo HIV para se destrancar, saindo de sua latência e entrando em replicação ativa.


Foto: Mathieu Lanthier - UdeS

Para identificar essas proteínas, os pesquisadores utilizaram abordagens bioquímicas e proteômicas minuciosas para purificar e direcionar várias novas proteínas que controlam a latência do HIV. Essa descoberta lhe rendeu o título de personalidade do ano na área de ciências outorgado por La Presse e Radio-Canada.

Cada fechadura tem sua chave


Os recentes resultados da equipe foram publicados no jornal internacional PLOS Pathogens. Em colaboração com a equipe do professor Pierre Lavigne do Departamento de Bioquímica e Genômica Funcional da UdeS, eles demonstraram que o complexo de proteínas reconhece especificamente a região promotora central do HIV, como uma chave reconhece uma fechadura de maneira específica.

Segundo o Professor Brendan Bell, "cada uma dessas proteínas 'chaves' representa uma nova possibilidade de desenvolver pequenas moléculas que poderiam ajudar a manter o vírus em estado de dormência profunda ao travá-lo, ou, alternativamente, ativar o vírus para eliminá-lo com medicamentos ou terapias imunológicas. É um avanço fundamental na luta contra o HIV, fruto de 20 anos de intensa pesquisa."

Colaborações internacionais estão em andamento para traduzir a descoberta dessas proteínas em moléculas clinicamente úteis. Se isso for bem-sucedido, o trabalho poderá oferecer novas perspectivas para combater outros vírus distintos, como o herpes, que também escapam ao sistema imunológico ao se esconderem no corpo em uma forma latente.
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