Como este planeta consegue ficar preso a uma estrela que viaja a 2 milhões de km/h? 💫

Publicado por Adrien,
Fonte: The Astronomical Journal
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Uma estrela que viaja em alta velocidade através da nossa galáxia arrasta consigo um planeta massivo. Esta descoberta surpreende os cientistas, que esperavam que o planeta fosse ejetado durante tal viagem cósmica.

A observação inicial remonta a 2011, quando uma distorção luminosa fugaz revelou a presença deste duo incomum. Uma estrela de baixa massa e sua companheira, um planeta do tamanho de um super-Netuno, movem-se a uma velocidade vertiginosa, surpreendendo os astrônomos.


Representação das estrelas próximas ao centro da Via Láctea, com traços indicando sua velocidade.
O sistema hiperveloz destaca-se claramente.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/R. Hurt (Caltech-IPAC)

As estrelas hipervelozes são objetos raros, frequentemente ejetados de sua galáxia de origem por interações gravitacionais intensas. Este sistema em particular, no entanto, é o primeiro onde um planeta foi detectado em órbita ao redor de tal estrela. Esta descoberta desafia os modelos atuais de formação e sobrevivência de planetas em ambientes extremos.

Os dados coletados pelo levantamento Microlensing Observations in Astrophysics permitiram identificar este sistema. A análise da curva de luz revelou a presença de dois corpos celestes, um sendo cerca de 2.300 vezes mais massivo que o outro. Observações posteriores com o Observatório Keck e o satélite Gaia confirmaram a distância e a velocidade impressionante da estrela.

Com uma velocidade estimada em 540 quilômetros por segundo, ou cerca de 2 milhões de quilômetros por hora, esta estrela pode um dia deixar a Via Láctea. Os cientistas continuam monitorando este sistema para entender melhor sua origem e destino. Este estudo, publicado no The Astronomical Journal, abre novas perspectivas sobre a dinâmica dos planetas em condições extremas.

Os pesquisadores esperam que observações futuras permitam confirmar a velocidade exata da estrela e determinar se ela é suficiente para escapar da atração gravitacional da nossa galáxia. Esta descoberta destaca a importância dos levantamentos astronômicos na compreensão do Universo.

Como um planeta pode sobreviver a uma estrela hiperveloz?


A descoberta de um planeta em órbita ao redor de uma estrela hiperveloz levanta questões sobre os mecanismos de sobrevivência planetária. Os modelos atuais sugerem que as forças gravitacionais extremas deveriam ejetar os planetas de suas órbitas.

Os cientistas consideram que o planeta pode ter se formado após a ejeção da estrela, ou que o sistema tenha sido ejetado como uma entidade coesa. Esta última hipótese implicaria condições muito particulares.

Outra possibilidade é que o planeta tenha uma órbita suficientemente ampla para resistir às perturbações gravitacionais. Isso exigiria ajustes em nossa compreensão da estabilidade dos sistemas planetários.

Esta descoberta incentiva os astrônomos a revisar suas teorias sobre a formação e evolução dos planetas em ambientes dinâmicos extremos.

O que é microlente e como ela ajuda a descobrir exoplanetas?


A microlente é uma técnica de observação que permite detectar objetos, como planetas, analisando a distorção da luz de uma estrela distante. Este fenômeno ocorre quando um objeto passa entre o observador e a estrela.

Este método é particularmente útil para descobrir planetas localizados a grandes distâncias, incluindo aqueles que orbitam estrelas hipervelozes. Ele não depende do brilho da estrela hospedeira, tornando-o eficaz para estudar sistemas pouco luminosos.

A microlente permitiu a descoberta de muitos exoplanetas, inclusive em ambientes extremos. Ela complementa outros métodos de detecção, como a medição de velocidades radiais ou o trânsito.
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