💊 Curar a AIDS com uma simples vitamina?

Publicado por Adrien,
Fonte: Signal Transduction and Targeted Therapy
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Como eliminar um vírus que se esconde no interior das nossas próprias células imunológicas? Esta questão assombra os investigadores há décadas. O VIH, vírus da AIDS, possui essa capacidade de se esconder bem e ficar em modo de espera, escapando assim aos tratamentos e às defesas do organismo. Este estado de latência complica a cura, porque o material genético viral permanece presente sem produzir novos vírus, formando assim reservatórios ocultos.

Uma equipa do hospital universitário de Ulm identificou recentemente uma pista promissora para acordar esses vírus adormecidos. Eles descobriram que uma proteína humana natural, chamada RBP4 e conhecida pelo seu papel no transporte da vitamina A, pode ativar o VIH latente. Esta proteína age como um sinal natural para fazer o vírus sair do seu esconderijo, tornando-o novamente detetável para o sistema imunológico.


Imagens de células T com VIH latente não tratadas (cima) e tratadas com RBP4 (baixo).
Crédito: Dr. Chiara Pastorio / Ulm University Hospital

Para chegar a esta descoberta, os cientistas realizaram uma triagem minuciosa do peptidoma sanguíneo humano. Eles testaram numerosas pequenas proteínas e peptídeos presentes no sangue para observar quais poderiam acordar o VIH latente em modelos celulares. Este método permitiu isolar a RBP4 como agente ativo, e isto, mesmo em concentrações fisiológicas normais no corpo humano.

O funcionamento da RBP4 depende da sua associação com a vitamina A, mais precisamente sob a forma de retinol. Só a proteína ligada ao retinol consegue desencadear a reativação, ao estimular uma via de sinalização chamada NF-κB. Esta via, importante para as respostas imunológicas e a divisão celular, precisa de ser ativada para tirar o VIH da sua latência.

Este avanço abre novas perspetivas para a estratégia designada "choque e morte", que visa acordar os vírus dormentes para que sejam depois eliminados. Ao usar um fator natural como a RBP4, os investigadores esperam melhorar a eficácia desta abordagem, com efeitos secundários potencialmente menores do que com agentes sintéticos.

Publicada na revista Signal Transduction and Targeted Therapy, este estudo beneficiou do apoio da Fundação Alemã para a Investigação e de instituições parceiras. Os trabalhos continuam agora para examinar como integrar a RBP4 em protocolos terapêuticos, o que constitui um novo raio de esperança na busca por uma cura duradoura contra o VIH.
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