Descoberta importante: Um grande número de elementos constitutivos da vida... em um asteroide 🪐

Publicado por Cédric,
Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: Nature & Nature Astronomy
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As amostras do asteroide Bennu, trazidas pela missão OSIRIS-REx, revelam moléculas-chave para a vida. Essas descobertas esclarecem os processos químicos que poderiam ter semeado a Terra bilhões de anos atrás.

As análises realizadas nas amostras de Bennu mostram uma diversidade impressionante de compostos orgânicos e minerais. Esses elementos, essenciais para a vida, sugerem que as condições propícias ao seu surgimento eram comuns no Sistema Solar primitivo.


Esta imagem, capturada pela sonda Osiris-Rex da NASA em dezembro de 2018, mostra o asteroide Bennu.


Os ingredientes da vida no espaço


Os cientistas identificaram 14 dos 20 aminoácidos usados pela vida terrestre, além das cinco bases nucleicas que constituem o DNA e o RNA. Essas moléculas, embora não vivas, indicam que os blocos de construção da vida podem se formar no espaço.

A presença de amônia e minerais salinos, como a halita, reforça a ideia de um ambiente rico em reações químicas. Essas condições poderiam ter permitido a formação de moléculas complexas, essenciais para o surgimento da vida.

Um passado aquático revelado


As amostras contêm minerais formados pela evaporação de água salgada, como o carbonato de sódio e a silvita. Essas descobertas sugerem que o corpo parental de Bennu abrigava bolsões de água líquida bilhões de anos atrás.

Essas salmouras, semelhantes às observadas em lagos secos terrestres, poderiam ter servido como um "caldo" químico. Elas oferecem uma visão dos ambientes onde as moléculas orgânicas poderiam ter interagido e se complexificado.

Uma janela para o Sistema Solar primitivo


Bennu, um asteroide do tipo B, é considerado uma relíquia do Sistema Solar primitivo. Suas amostras, preservadas de qualquer contaminação terrestre, permitem o estudo de materiais intactos com mais de 4,5 bilhões de anos.

Essas análises confirmam que os asteroides podem ter desempenhado um papel crucial no fornecimento de água e moléculas orgânicas para a Terra primitiva. Elas também abrem perspectivas para a busca de vida em outros corpos celestes, como Encélado ou Ceres.

Perguntas ainda sem resposta


As amostras de Bennu contêm aminoácidos, mas eles estão presentes em duas formas distintas, chamadas "esquerda" e "direita". Na Terra, a vida usa quase exclusivamente aminoácidos "esquerdos". Essa diferença levanta uma questão importante: por que a vida terrestre privilegiou apenas uma forma?

A descoberta de uma mistura equilibrada das duas formas em Bennu sugere que os aminoácidos estavam inicialmente equilibrados no espaço. Os mecanismos que levaram à predominância das formas "esquerdas" na Terra ainda são pouco compreendidos. Esse enigma abre novas pistas para explorar as origens da vida e suas possíveis variações em outros lugares do Universo.

Para saber mais: o que é uma base nucleica?


As bases nucleicas são moléculas essenciais para a estrutura do DNA e do RNA, os suportes da informação genética. Elas desempenham um papel crucial no armazenamento e na transmissão das instruções necessárias para o funcionamento dos organismos vivos.

Existem quatro bases nucleicas principais: adenina, timina, citosina e guanina, além da uracila. Essas moléculas se unem em pares para formar os "degraus" da escada do DNA ou do RNA, permitindo a replicação e a expressão dos genes.

As amostras de Bennu contêm as cinco bases nucleicas, confirmando que esses elementos fundamentais da vida existem no espaço. Essa descoberta sugere que os asteroides podem ter trazido essas moléculas para a Terra bilhões de anos atrás.

A presença de bases nucleicas em Bennu abre perspectivas para entender como as primeiras formas de vida podem ter surgido. Ela também reforça a ideia de que os ingredientes da vida são comuns no Universo.
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