No âmbito de um estudo recente publicado no jornal Scientific Reports, uma equipe multidisciplinar brasileira revelou uma descoberta intrigante em Serrote do Letreiro, na municipalidade de Sousa, no Brasil. Essa região, conhecida por conservar pegadas de dinossauros, revela agora um vínculo entre os dinossauros e os humanos pré-históricos.
Comparação entre pegadas tridáctilas e um petróglifo tridigitado. (A) Pegada fóssil de terópode do sítio de Serrote do Letreiro; (B) Pegada recente de Palaeognathae (por Steve Slocomb disponível no Flickr sob a licença CC BY 2.0); (C) Petróglifo tridigitado do sítio de Serrote do Letreiro. Barra de escala = 5 cm.
O estudo revela que petróglifos datados de 3 000 a 9 000 anos, desenhos simbólicos gravados em uma superfície rochosa natural, poderiam ter sido inspirados por pegadas de dinossauros preservadas na mesma área. Embora tenha sido difícil identificar exatamente os tipos de dinossauros que deixaram essas pegadas, os pesquisadores sugerem que elas poderiam pertencer a ornitópodes, terópodes e saurópodes, que percorreram o local há 140 milhões de anos.
A relação estreita entre os petróglifos e as pegadas de dinossauros é notável. Isso sugere que os artistas pré-históricos não apenas estavam cientes dessas pegadas, mas também provavelmente fascinados por elas, a ponto de integrar esses elementos em sua arte e, talvez, até em seus rituais ou cerimônias.
Este estudo também lança luz sobre a hipótese de que os criadores desses petróglifos poderiam ter usado alucinógenos. Essa teoria é baseada na semelhança entre os motivos artísticos e as visões comumente relatadas por usuários de tais substâncias na era moderna.
A importância desta descoberta reside não apenas na sua contribuição para a compreensão da interação entre os primeiros seres humanos e o seu ambiente, mas também na visão que oferece sobre como os dinossauros e suas pegadas podem ter influenciado as culturas e crenças dos povos antigos.