Mas qual é essa entidade biológica desconhecida, descoberta em quantidade no corpo humano?

Publicado por Cédric,
Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: Biorxiv
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No coração do microbioma humano, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Stanford fez recentemente uma descoberta bastante surpreendente: a presença de uma classe de entidades biológicas inéditas, que denominaram "obeliscos". Essas estruturas, compostas de ARN, apresentam uma similaridade com os vírus, mas se distinguem pelo seu genoma singular, formado por pequenas alças de ARN.


Os pesquisadores empregaram uma abordagem sofisticada, analisando fragmentos de genoma do microbioma humano com auxílio de um programa desenvolvido especificamente para isso. Este estudo permitiu identificar cerca de 30.000 obeliscos, presentes notavelmente em 7% das bactérias intestinais e na metade das bactérias bucais humanas.

Estas entidades intrigantes levantam diversas questões quanto ao seu papel dentro do ecossistema microbiano humano. Os pesquisadores, entre os quais se encontram cientistas renomados como Mark Peifer da Universidade da Carolina do Norte, questionam como os obeliscos poderiam influenciar o delicado equilíbrio do microbioma. Embora o seu tamanho, geralmente em torno de 1000 nucleotídeos, exclua a classificação como vírus convencionais, os obeliscos apresentam sequências capazes de codificar proteínas envolvidas na replicação do ARN, tornando-os mais complexos do que os viroides clássicos.

O surgimento desta nova classe de entidades biológicas levanta questões sobre a evolução dos vírus. Alguns cientistas, incluindo Simon Roux do Lawrence Berkeley National Laboratory, sugerem que esta descoberta pode ajudar a entender se os vírus evoluíram a partir de estruturas mais simples, tais como viroides e obeliscos, ou se estes são regressões de organismos mais complexos.

O impacto desta descoberta totalmente inesperada na saúde humana permanece, por enquanto, um mistério. Os pesquisadores destacam que os obeliscos não parecem ser simples "plasmídeos" de ARN, mas ainda ignoram tudo sobre o seu funcionamento e suas implicações para a saúde humana.
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