Esta fraqueza do campo magnético é responsável pela vida complexa na Terra?

Publicado por Adrien - Domingo 12 Maio 2024 - Outras Línguas: FR, EN, DE, ES
Fonte: Nature Communications Earth & Environment
Um campo magnético terrestre enfraquecido durante a era Ediacarana, entre aproximadamente 635 a 541 milhões de anos atrás, poderia ter desempenhado um papel crucial na proliferação da vida complexa. É o que sugere um novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Rochester, publicado na revista Nature Communications Earth & Environment.

Este período, marcado pelo surgimento de organismos multicelulares complexos, teria experimentado o campo magnético mais fraco já registrado, influenciando potencialmente os níveis de oxigênio atmosférico.


Os pesquisadores da Universidade de Rochester estudaram o campo magnético terrestre durante o período Ediacarano. Esta pesquisa levanta questões sobre os fatores que podem ter favorecido a emergência de organismos complexos e multicelulares, como a fauna ediacarana.
Crédito: University of Rochester illustration / Michael Osadciw

John Tarduno, professor no Departamento de Ciências da Terra e do Ambiente e decano de pesquisa, explica que a fraqueza do campo magnético poderia ter facilitado a perda de hidrogênio para o espaço, permitindo assim um aumento dos níveis de oxigênio na atmosfera. Esse fenômeno teria favorecido a emergência e o desenvolvimento de formas de vida maiores e mais ativas, que necessitam de mais oxigênio, como a fauna ediacarana, conhecida por suas semelhanças com os primeiros animais.

A equipe de Tarduno utilizou técnicas inovadoras para medir a força do campo magnético, analisando o magnetismo conservado em cristais de feldspato e piroxênio provenientes da rocha anortosita. Estes cristais contêm partículas magnéticas que preservam a magnetização desde a formação dos minerais.

Os dados coletados indicam que o campo magnético foi, em momentos, até 30 vezes mais fraco que o campo magnético atual, essa fraqueza durou pelo menos 26 milhões de anos. Esta descoberta sugere que o campo magnético ultrafraco poderia ter contribuído para uma oxigenação aumentada da atmosfera e do oceano superficial, facilitando assim a emergência de formas de vida mais avançadas.

O estudo também destaca a importância de compreender as dinâmicas internas dos planetas para considerar o potencial de vida além da Terra. Esta pesquisa, que relaciona os processos do núcleo terrestre à evolução da vida, abre novas perspectivas sobre a relação entre os campos magnéticos planetários e a biologia.
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